quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Se é pra falar de ... Fim de magistério

 Foi em 2007 que tudo começou, era um loucura.

 Fazia tempo que eu dizia que queria fazer magistério (tempo que digo são desde os 10 anos), e conclui minha oitava série, da qual sinto uma falta daqueles 5 seres que estudavam comigo (sim, éramos 6 alunos) e que havia sido um ano de muito, muito aprendizado, mais pra vida, a gente cresceu juntos e estava difícil deixá-los, não queríamos estudar separados, combinávamos pra onde iríamos e o que faríamos juntos. Nos encontramos depois, e temos um relacionamento via internet, mas tudo o que vivemos juntos está guardado com muito carinho.

 Ok, magistério, 2007, Colégio Estadual Costa Viana.
 Não, eu não acreditava que tinham 51 alunos naquela turma. Eu não acreditava em muita coisa naquele lugar, eu não queria acreditar. Era tudo tão diferente daquela minha turma de seis alunos que se conheciam e faziam coisas juntos. Era tão diferente dos professores que sabiam o meu nome, conheciam meus pais, minhas irmãs e o que eu mais gostava de fazer na minha vida. Era tão diferente em tudo, as pessoas, o jeito de falar, o lugar, foi um choque!
 Aos poucos fui me localizando, e como eu nem gosto de falar, logo já tinha me socializado com um povo lindo lá as coisas foram ficando mais fáceis.
 Eu tenho um grande defeito, eu não posso estar no meio de pessoas, quero todas pra mim, ushauhsuhas, então passei a  falar com todo mundo, e já estava em casa, conhecia a galera, a galera me conhecia, e criei laços fortes de amizade.
 O magistério em si, era o que eu queria, eu tinha psicologia minha disciplina preferida e tinha o estágio, no estágio que pude perceber o quanto eu queria estar ali, estar naquele curso e com aquelas pessoas.
 15 anos, eu era meio rebelde-sem-causa e fiz minha festa "revolucionária" sem valsa, foi engraçado, me diverti pra caramba, a decoração toda preto-e-roxo e meu bolo de estrela.
 Foi um ano incrível, enquanto escrevo posso lembrar do rosto das pessoas que estiveram comigo, consigo lembrar dos que chegaram até o fim do ano, do teatro que apresentamos, das manhãs em que só haviam sorrisos, das tardes de estágio e almoços hilários, dos passeios, das piadas, das brigas, das festas, dos goles, das pessoas.
 Resumo o magistério a pessoas.
 Eu estagiei, e comecei a dar aulas de música, minha paixão.
 E veio o 2º ano, 2008, foi o melhor dos anos do magistério.
 Não éramos uma turma, éramos uma família, éramos unidos pra tudo, pra brigar, bagunçar, defender, tínhamos as melhores idéias, os melhores planos, as melhores apresentações, os professores nos amavam, e se alguém implicasse com um ser qualquer da turma estava ferrado, pois ali éramos capazes de matar se preciso.
 Ali as amizades se fortaleceram, ficamos íntimos, conhecíamos uns aos outros, os segredos, as paixões, o sofrimento, os conflitos, as dúvidas.
 Foi o melhor ano de magistério, só consigo lembrar de coisas positivas, eu realmente amei aquela turma.
 E passei por uma barra em casa, meu pai doente, e eles foram minha força.
 E não, não esqueci do povo da oitava série, sempre encontrava a Maiara (que não vejo a um ano) mas somos super amigas.
 Ok, era hora de mudar algumas coisas em minha vida, e decidi que o terceiro ano eu iria estudar a noite, pois precisava me dedicar mais a minha música, queria me dedicar as minhas aulas, e depois de muita negociação mudei no terceiro ano. Foi difícil deixar aquela que foi minha melhor turma.
 Mas, muitas mudanças, eu amei aquela turma, um povo adulto, a maioria já era mãe, tinha um pessoal com netos, um pessoal que só fazia as matérias específicas, como eu disse, o magistério é feito de pessoas, e ali eu me senti novamente acolhida, e como sou sociável até demais eu estava bem.
 Neste ano tanta coisa aconteceu, tive a companhia da Jady, do Guilherme, que foram as pessoas que mais marcaram este ano, os melhores amigos que tive, brigamos tanto, mas crescemos tanto juntos. Hoje, nossa amizade não é a mesma, e também não somos os mesmos, foi o ano que mais cresci, eu sei.
 O terceiro ano era onde víamos o pessoal do terceiro fazendo vestibular o que pra gente de nada ia adiantar, onde um pessoal que convivíamos saiu do colégio, onde sentíamos o peso do magistério, onde começamos a juventude, saindo da fase de adolescente que não sabe muito o que quer. Não que hoje a gente saiba, mas, foi aí que começamos a traçar nosso perfil.
 Acabou o ano, e eu estava com meus amigos nas festas de ano novo, nas férias.
 E agora, o quarto e último ano.
 Não é aquela turma de 2207.
 Não é aquela turma de 2008.
 Muito menos a de 2009.
 Essa turma de 2010 é diferente. A turma não é unida, nem a melhor turma que eu podia querer pra minha formatura, não é como o segundo ano, mas é a turma onde eu tenho as pessoas que ficarão pra minha vida, aqueles amigos que podem chegar na minha casa e dormir na minha cama, chamar minha mãe de tia, e abrir minha geladeira.
 É esta a turma que já me viu surtar, dizer que não acredito nesta educação de um sistema falho, é a turma que mais me viu chorar, mais me viu ter ataques de riso, é a turma que vai ter as fotos mais lindas de um dia tão especial, é a turma que tem gente que conheço desde o pré, e gente que chegou pelas beiradas e entrou no meu coração.
 Eu estava olhando pra minha tribo da sala, que são as as pessoas que vou levar pra todo o sempre, serão a parceria de viagem, madrinha de casamento, ombro amigo no momento que precisar, afinal já fazem parte da minha vida intensamente.
 Deborah, Regiane, Camila, Diego. Eu os amo e são vocês que quero pra sempre comigo, todo o sempre.
 Eu me sinto a vontade nesta turma, eu gosto de cada um doa 46 da chamada de um jeito diferente, mas esses quatro, que conheci em 2007 são tão diferentes, eu os amo tanto, quero que isto nunca acabe, temos um sentimento tipo de irmandade.
 Ambos perdemos coisas e pessoas que amamos no longo deste 4 anos, mas um com o outro crescemos, e estamos crescendo.
 Somos aqueles que olhamos um pro outro e sabemos o que está se passando, que temos o abraço que consola, que sabemos os segredos mais secretos, que falamos de amor sem vergonha do que o outro vai achar.
 Conheci cada ser neste colégio, aprendi com as pessoas.
 Também tem o pessoal dos meus intervalos, que me cativaram, e me fazem feliz *-*
 Eu não posso citar nomes aqui, por que se esquecer de alguém vou ficar mal, rs.
 Mas, do Costa eu vou levar cada professor, cada corredor, cada ser que conheci ali e fizeram ou fazem parte de minha história me tornando a Carol de hoje.
 É, quatro anos com muita história e pessoas!
Uma etapa, e que venha a próxima!


Um beijo :*


(Camila, Eu, Regi, Diego, Deh)
O melhor ano, 2008

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